terça-feira, 3 de setembro de 2013

Plantas tóxicas em espaços escolares

Visando trazer informações para os gestores das Escolas de Educação Infantil e das demais escolas pertencentes ao Sistema Municipal de Ensino de São Leopoldo sobre plantas tóxicas nos espaços em que circulam os alunos, compartilhamos esta matéria da Revista Ciências Hoje.  
 
Reconhecendo o perigo
Estudo identifica presença de plantas tóxicas em diversas escolas públicas municipais do Rio de Janeiro. Pesquisadoras garantem que ensinar os alunos a reconhecer as espécies é uma forma eficaz de prevenir acidentes.
Por: Camille Dornelles
Reconhecendo o perigo
Publicado em 15/07/2013 | Atualizado em 15/07/2013
 
Espada-de-são-jorge (esq.) e comigo-ninguém-pode (dir.) são espécies muito comuns em locais públicos por sua boa adaptação ao clima e solo brasileiros e seu baixo custo, mas representam grande risco para crianças. (fotos: ICICT/ Fiocruz)
Em várias escolas do Rio de Janeiro, plantas tóxicas estão ao alcance das crianças, sem qualquer restrição. Foi o que constatou uma pesquisa feita por um trio de pesquisadoras da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Elas visitaram 69 escolas públicas municipais cariocas entre 2008 e 2010 e notaram que 58 delas possuíam pelo menos uma espécie de planta tóxica – e não sabiam disso.
Foram identificadas 23 espécies de plantas venenosas das mais variadas origens e características. Espada-de-são-jorge, jiboia e comigo-ninguém-pode foram as mais encontradas: estavam presentes em mais de 27 escolas.
Foram identificadas 23 espécies de plantas venenosas das mais variadas origens e características
A estatística Rosany Bochner, pesquisadora da Fiocruz e uma das autoras do estudo, explica: “São espécies muito comuns em espaços públicos porque estes geralmente seguem projetos paisagísticos baseados na estética, adaptação ao solo e custo.” Como essas plantas são baratas e se adaptam facilmente ao clima e solo brasileiros, estão entre as preferidas da jardinagem.
Mas poucas pessoas sabem que essas espécies podem causar irritações na mucosa do trato digestivo, inchaço na língua e lábios, edemas e até insuficiência renal. “Mesmo os adultos não sabiam que aquelas plantas eram venenosas”, comenta Bochner. A equipe, da qual também fazem parte a engenheira sanitarista Judith Tiomny Fiszon e a bióloga Maria Aparecida de Assis, destaca que a falta de informação é uma das principais razões para a ocorrência de intoxicações.
Diante dessa situação preocupante nas escolas, a equipe garante que a educação é a melhor saída. Bochner sugere que os professores ensinem as crianças a identificar as espécies. “Se a escola possui uma planta venenosa, não deve eliminá-la ou escondê-la dos alunos, e sim aproveitar para apresentá-la e explicar suas propriedades.”
Segundo as pesquisadoras, ao apresentar as plantas tóxicas para as crianças, o professor está prevenindo acidentes também fora da escola. “Conhecer as espécies deve ser a medida preventiva principal. Mas também é importante ensinar a não manusear as plantas ou aparas podadas e deixá-las fora do alcance de crianças e animais”, adverte o trio. 
Ameaça aos pequenos
Existem no mundo centenas de espécies vegetais que produzem veneno e causam intoxicação e irritações ao serem ingeridas ou entrarem em contato com a pele.
Estudo feito pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas em 2010 mostrou que as maiores vítimas de casos de intoxicação por plantas são as crianças de até 10 anos. Esse grupo responde por 63% dos casos de intoxicação, o que indica a necessidade de atenção redobrada dos educadores que trabalham com essa faixa etária.
Ao final do levantamento das plantas tóxicas, as pesquisadoras criaram um cartaz e um folder com informações sobre as nove espécies mais comuns e os distribuíram nas escolas que participaram do estudo. Em junho, a equipe lançou um livro-catálogo com informações sobre as 23 espécies encontradas, suas partes tóxicas e sintomas da sua ingestão e de seu contato com a pele.
A publicação Plantas tóxicas ao alcance de crianças: transformando risco em informação, da editora Vital Brazil, será distribuída gratuitamente para as escolas municipais do Rio de Janeiro pelo Instituto Vital Brazil e vendida aos demais interessados pela editora Rio Books. “O nosso objetivo é que o livro seja usado pelos professores para conscientizar os alunos”, ressalta Bochner.

Camille Dornelles
Ciência Hoje das Crianças On-line
Fonte:
http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2013/07/reconhecendo-o-perigo
 
 

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