Entre os dias 4, 5 e 6 de setembro, ocorreu a Semana da Alfabetização, evento organizado pelo grupo de trabalho dos anos iniciais que compõe a assessoria pedagógica da SMED/SL. O Conselho esteve representado pela Conselheira Guadalupe, que trouxe uma fala importante sobre o processo de alfabetização, e o quanto essas primeiras experiências com a escrita precisam estar vinculadas a elementos práticos da vida cotidiana das crianças. A formação foi direcionadas a professores/as alfabetizadores/as da rede de ensino de São Leopoldo. Além da equipe de Assessores/as Pedagógicos/as, juntamente à Diretoria Pedagógica, Sra. Carla Escosteguy, a abertura do evento teve a presença do Secretário Municipal de Educação, Sr. Ricardo da Luz, o qual exaltou o encontro, defendendo que esses movimentos precisam ganhar cada vez mais força, para que possamos continuar com a garantia da educação pública de qualidade.
O evento contou com palestrantes especialistas na área da alfabetização, as quais trouxeram temas que provocaram novas reflexões para pensar as práticas com as crianças.
No primeiro dia, o público presente contou com a palestrante Fabiane Castilho Oliveira, Mestranda e pesquisadora do campo da alfabetização. Com o tema, "Infâncias, alfabetização a direitos humanos: pistas de uma sala de aula e de uma prática construída com intencionalidade pedagógica", Fabiane trouxe experiências com as crianças, em que envolvia contação de histórias, jogos relacionados à práticas de leituras, atividades personalizadas, e outras experiências que partiam do desejo das crianças.
No segundo dia da formação, a mesa redonda, composta pela Professora Dra. Darlize Teixeira de Mello (PPGEDU) da ULBRA), e as professoras da rede municipal de ensino de São Leopoldo, Profa. Ramona Kappi, Doutoranda em Educação, e Juliana Klein, Doutoranda em Educação, teve o tema "Políticas de alfabetização do passado e do presente e perspectiva para o futuro. Neste segundo dia, o público presente, inicialmente contou com a presença da escritora Milene Barazzetti, que encantou com a contação de história escritas por ela. A Professora Darlize fez uma explanação das últimas políticas de alfabetização, que tiveram importantes impactos nas práticas alfabetizadores, e apresentou a perspectiva futura do programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, criado pelo MEC, que propõe 100% das crianças alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental, além da recomposição das aprendizagens de crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º ano, que foram prejudicas neste processo ao longo da pandemia. A professora destacou que o programa contempla a Educação Infantil, com foco na oralidade, a leitura e a escrita.
A professora Ramona Kappi apresentou resultados de sua pesquisa de mestrado sobre o programa Tempo de Aprender, que originou da Política Nacional de Alfabetização (PNA, 2019). Ramona trouxe resultados que mostraram uma descontinuidade das políticas públicas anteriores, e que neste programa, que traz a política pública de alfabetização do presente, houve uma retomada do método fônico, com viés da psicologia cognitiva da leitura e escrita, como única forma de alfabetizar crianças, desde a educação infantil até o segundo ano do ensino fundamental. A professora Juliana Klein também abordou o tema de sua pesquisa de mestrado, realizada no ano de 2015, a qual analisou o material do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). A professora apresentou resultados das políticas de alfabetização do passado, evidenciando representações de docentes nos cadernos de formação do PNAIC, e destacando que a alfabetização de todos/as os/as alunos/as até os oito anos de idade constitui-se o principal objetivo da formação Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que tem como propósito melhor instruir os professores para que este objetivo seja alcançado (KLEIN, 2015).
No terceiro e último dia, as professoras prestigiaram uma contação de história feita por uma criança, Elias Machado, filho de uma assessora pedagógica, Viviane Machado, que encantou com sua expressão de alegria ao narrar a histporia. O evento teve a professora Dra. Susana Pacheco, da Unisinos como palestrante. Com o tema, "Desafios, especificidades sobre o compromisso de ser alfabetizadora de classes populares", a Professora fundamentou a sua fala trazendo diferentes autores que podem estar presentes nas práticas cotidianas com as crianças. Autores como Paulo Freire, para defender que a leitura de mundo precede a leitura da palavra; Miguel Arroio, no sentido de denunciar a reprovação que culpabiliza as crianças, famílias e sua condição social; Freinet, para pensar a educação popular, em que todas as crianças sejam incluídas em suas especificidades; Emília Ferreiro, a qual foi a primeira a fazer um recorte da perspectiva construtivista para a língua escrita. A professora defendeu o acolhimento da criança que se tem na escola hoje, vendo-a em condições de aprender. Trouxe diferentes experiências que envolve as crianças, nas mais genuínas situações, e que isso pode ser transformado em objeto de muito interesse da turma. Pontuou também a avaliação, desmistificando o erro, no sentido de mostrar que não se avança sem passar por essas experiências, que nem sempre se tem sucesso na primeira tentativa. Finaliza dizendo que, "se a criança brinca, ri, ela tem inteligência para aprender a ler e a escrever".
CME/SL comprometido com a Educação!
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